
Enfim... Enfim... O quanto pode uma pessoa suportar antes de finalmente sucumbir?
Não faço idéia. E, sinceramente, não pretendo descobrir tão cedo.
E, só para avisar aos desavisados de plantão: Essa foi uma pergunta retórica.
Os dias se sucedem de forma totalmente indistinta. Não há nada que ressalte um dia do outro. Deveres, atividades, obrigações, atribulações. E o relógio. O relógio sempre a me dizer que estou atrasada. Mas se não fosse o relógio, seria a consciência e esta é muito pior e mais temível que um simples relógio.
E os dias se sucedem como uma amontoado de horas disformes. Não há nada para diferenciar um dia do outro.
As vontades, os desejos, os sonhos, as esperanças... Todos amortecidos, todos soterrados pela enchurrada de minutos que não param de surgir de lugar nenhum. Os esforços... Os esforços totalmente hostilizados, quando não ignorados.
Cobranças excessivas vindas de pessoas patéticas. Mas a cobrança maior vem daquela única pessoa que jamais estará satisfeita: eu mesma.
A alegria, as risadas, o interesse, a curiosidade... Tudo servindo como uma máscara dantesca para encobrir o desinteresse, a dor. Mas o pior é a incapacidade de sonhar. De projetar. Parece tudo acabado. Os dias se sucedem... Nada mais a fazer.
As pessoas passam, sem rosto. Cada um com suas próprias preocupações na vida sem sentido. Ninguém tem tempo, ou vontade, ou condições para olhar ao redor. Ninguém pode culpá-las, embora alguns tentem fazê-lo.
Será que haverá coragem para cumprir a promessa? Não sei mais. Até pouco tempo eu diria que sim, agora já não sei mais.
Só estou esperando a bonança. Não dizem sempre que ela chega? Só espero que não seja tarde demais.